MANUAL DE PREVISÃO
ASTROLÓGICA
CESAR EBRAICO
OBJETIVO DO MANUAL
Impossível tirar proveito do
que a Astrologia – um conjunto milenar de hipóteses empíricas sobre
determinadas relações entre fenômenos terrestres e extraterrestres – sem ter
uma maneira científica de testar a validade dessas hipóteses, aplicando-as, errando,
acertando e circunscrevendo em que, de fato, elas podem contribuir e em que é
fantasioso esperar que elas contribuam.
Se você for levado a ler este pequeno livro até o fim e aplicar o que
ele ensina, você será capaz de fazer isso, testando você mesmo a validade das
hipóteses que são apresentadas aqui.
CIÊNCIA
Para evitar mal-entendidos quanto
ao que me refiro ao chamar de “científica” a maneira de se testar uma hipótese,
cumpre esclarecer o que está sendo entendido aqui como “ciência”.
Ciência
como processo
Conhecimento científico tem
dois contextos:
Contexto
de descoberta:
O contexto de descoberta não
tem regras. Arquimedes saiu seminu por
Atenas gritando “eureka” (achei), depois que entrou em uma banheira cheia
d’água e notou que o nível de água subira, concluindo que o volume de água que
provocara essa subida deveria ser igual ao volume da parte de seu corpo que ele
havia mergulhado na banheira; .Kekulé
sonhou com a fórmula do benzeno, que
tanto procurava; dizem que Newton foi
levado a sua teoria gravitacional, que afirma que quaisquer duas partículas do
universo se atraem gravitacionalmente por meio de uma força que é diretamente
proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado
da distância que as separa porque, descansando sob uma árvore, uma maçã
caiu-lhe na cabeça... A produção de
relevantes descobertas científicas provocadas por eventos casuais – algo que,
em inglês, tem o nome de “serendipity” – é extremamente relevante e não tem o
menor cabimento estabelecer regras que pretendam impugnar sua legitimidade.
Contexto
de validação:
Uma vez proposta uma hipótese,
para ela chegar ao status de ser considerada cientificamente válida, ela tem
que apresentar
1) Coerência formal, nas
ciências meramente formais, como a matemática.
Estabelecem regras arbitrárias de
coerência e estar “certo” é obedecê-las. As regras de coerência da geometria
euclidiana, são, por exemplo, diferentes das regras de coerência das propostas
por Bernhard Riemann e o que está “certo” para uma pode estar “errado” para
outra, sem que seja necessário obter nenhum dado empírico para validar tais
adjetivações;
2) Coerência formal e empírica, nas ciências
factuais, como a Física, a Biologia, a Psicologia etc.. Aqui, não basta que se afirme algo, como os
termos da lei gravitacional de Newton, é necessário verificar se as previsões
por essa lei produzidas correspondam – coerência empírica – com os dados
obtidos na realidade;
3) “Revisão pelos pares” (“peer review”). Uma vez produzida uma hipótese – tenha sido
ela obtida por ‘serendipity’ ou não – ela deve ser vazada em linguagem
suficientemente clara para ser entendida por todos aqueles capazes de verificar
o quanto tal hipótese é ou não sustentada ou não pelos fatos obtidos por eles
(os “pares”);
Ciência
como produto
1) A afirmação de que a Terra gira em torno do
Sol deve ser considerada “científica”?
Depende, porque o que leva uma afirmação
a merecer o epíteto de “científica” não é sua verdade, é o tipo de processo em
que ela se fundamenta ou pretende se fundamentar. Portanto, o heliocentrismo é científico na
boca de Galileu e não o era na boca dos sacerdotes egípcios adoradores do Sol.
Ciência
teórica e ciência empírica
Organizemos o que foi visto até
agora em uma classificação das ciências:
1) Ciências formais. Ex.:
matemática;
2) Ciências factuais:
2.1. Teóricas:
aquelas cujas previsões são dedutíveis de leis gerais, supostamente
impossíveis de ser infringidas. Ex.: Física;
2.2. Empíricas:
aquelas cujas previsões se assentam sobre um acumulo de experiência que
nos leva a esperar o preenchimento de determinadas previsões, que nem sempre
ocorre. Ex. Astrologia.
ASTROLOGIA
Frente ao que vimos até aqui,
deve ter ficado mais possível de entender minha afirmação de que a Astrologia
será encarada aqui como uma ciência
factual empírica que estuda determinadas
relações entre fenômenos terrestres e extraterrestres. Para melhor entender que determinadas relações são essas, cumpre classificar os vários ramos
do conhecimento astrológico.
Das ramificações e
sub-ramificações da ciência astrológica neste
livro só abordaremos o item 3.3.3.
Não vejo melhor maneira de se iniciar de maneira eficaz, passível de
‘peer review’ do que estudando o que se aborda nesse item, seja, os trânsitos
astrológicos. A classificação que
ofereço abaixo só serve para que o leitor possa situar o item que vai ser nosso
único e específico objeto de estudo dentro do enorme leque de assuntos que nos
oferece o estudo astrológico.
Os
ramos da ciência astrológica
1) Astrologia Mundial: prediz eventos gerais, relativos ao homem e à
natureza, esperados ocorrer em um período determinado. Previ, com um mês de antecedência, a
ocorrência de “revoltas sangrentas de populações oprimidas contra os governos
que as oprimem”: na data aprazada, a
“primavera árabe” iniciou-se na Tunísia (naturalmente, só previ o “santo”, não
o “terreiro” em que ele ia baixar).
Previ, com antecedência similar a ocorrência de abalos sísmicos de
grande magnitude: na data aprazada,
ocorreu o tsunami no Japão e a explosão de um vulcão, há séculos adormecido, na
Islândia (mais uma vez, só o santo, não os terreiros).
2) Astrologia de eventos: André Barbault é a maior autoridade conhecida
em Astrologia Mundial. Em dezembro de
1985, num Congresso Internacional de Astrologia realizado no Copacabana Palace,
no Rio de Janeiro, ao responder a uma pergunta sobre se ele teria alguma
previsão relevante para o Brasil, respondeu:
“Bem, em torno de 28 de janeiro do ano próximo, haverá uma profunda alteração nas regras do jogo
econômico neste país”. Exatamente na manhã de 28 de fevereiro
de 1986, o presidente Sarney anunciou para o povo brasileiro o lançamento do
plano cruzado! Não consigo deixar de
ficar estarrecido, tentando entender como esse cara previu isso, com tal
exatidão! A propósito, as centenas de
pessoas que estavam assistindo aquela conferência, podem testemunhar quanto a
isso...
3) Astrologia pessoal:
3.1) Natividade.
É o chamado “mapa astrológico”.
Ele indica temas que ocuparão posição privilegiada na vida de uma
pessoa, independentemente de como serão administrados, o que depende de outros
fatores, como a constituição (patrimônio genético + aprendizagens
irreversíveis, o chamado “imprinting”), a aprendizagem (reversível) e o entorno
do sujeito a que corresponde tal mapa;
3.2) Interações.
São técnicas que permitem que se construam hipóteses sobre como duas
pessoas tenderão a se relacionar.
Recentemente, após haver entrevistado um rapaz de 19 anos, pensei “o mapa
do pai desse menino deve ter o planeta Saturno fazendo um ângulo de 180 graus
com o Sol do filho”. Fui verificar: bingo!
São duas as principais técnicas para que se façam esse tipo de previsão. Não vou estender-me sobre elas, pois ficam
totalmente fora do escopo deste manual, mas não custa nomeá-las. São:
3.2.1) As sinastrias;
3.2.2) O mapa composto;
3.3) Eventos pessoais. Há técnicas que permitem que se construam
hipóteses sobre o tipo de temática que ficará ativada, durante um determinado
período, na vida de um sujeito cujo mapa nativo possuímos. Vou nomear as principais, mas só a técnica
dos trânsitos será abordada neste manual, já que é a que permite com maior
precisão determinarmos se acertamos ou erramos nossas previsões.
3.3.1. Progressões;
3.3.2. Revoluções;
3.3.3. Trânsitos;
3.3.4. Outros (menos relevantes)
3.3.3). Trânsitos.
Prediz períodos específicos, em que determinadas temáticas ficarão
exacerbadas na vida do nativo (chamarei assim o sujeito cujo mapa eu possuo) e,
mais do que isso, quando, dentro desse período, espera-se ocorrer o clímax
dessa exacerbação. Já obtive “luvas” correspondentes,
hoje em dia, a, imagino, uns cem mil reais (40 mil, em 2004), por, contra meus
próprios desejos, apenas refreado por indicações astrológicas, ter retardado,
durante dois meses, minha saída de um prédio comercial, onde eu perdia uns 10
mil reais por mês (5 mil, à época) e, note-se, ficando uma pilha de nervos por
estar-me dispondo a fazer isso. De outra
feita, uma amiga ia sair de um apartamento que ela adorava porque não conseguia
resolver uma infiltração interminável e infernizante. Olhei seu mapa e disse: “Essa infiltração deve cessar daqui a dois
meses. Eu não sairia antes disso”. Ela não saiu.
A infiltração cessou na data aprazada.
Mas, alerta! Os trânsitos nos
permitem prever com relativa precisão o “santo”, não o terreiro que ele vai
baixar. Fiz, certa feita, um erro
grosseiro – graças aos céus sem nenhuma conseqüência indesejável – esperando
que um determinado “santo” baixasse na dimensão psíquica de um paciente,
quando, no fiz das contas, foi na dimensão física que ele baixou. Nesse tipo de esparrela, hoje em dia, não
caio mais.
Os
trânsitos: a melhor maneira de aprender
Astrologia
Indiscutivelmente, a melhor
maneira se aprender Astrologia é fazer previsões, acertar, errar, investigar
melhor quando se errou etc. Já que, como
dissemos anteriormente, a técnica dos trânsitos é a que permite determinarmos
com maior precisão se acertamos ou erramos nossas previsões, esse manual vai
dedicar-se exclusivamente a ela. Se o
leitor resolver aplicá-la, seus erros vão levá-lo a procurar por si mesmo
explicações nos conhecimentos existentes nos outros ramos da Astrologia,
enquanto irá tirando proveito das diversas vezes que acertou.
O
os pontos sensíveis:
Os dados do mapa astrológico de
um sujeito se espalham sobre os 360 graus de um circulo. Vamos escolher um mapa astrológico como
modelo para esse nosso estudo. Vou
reproduzi-lo. Continuamos na página
seguinte:
Como se vê, acima, dos 360 de
um círculo, no caso da Astrologia, chamado de Círculo Zodiacal, existe a
preocupação de se indicar – vide tabela no canto superior esquerdo da figura – o
grau e o minuto (vou desconsiderar os segundos, arredondando o valor final) em
que estão situados alguns pontos sensíveis, juntamente com os símbolos gráficos
empregados para representá-los. Teremos,
então:
SOL
a 14 graus e 28 minutos do signo de Peixes;
LUA
a 27 graus e 02 minutos do signo de Câncer;
MERCÚRIO
a 22 graus e 16 minutos do signo de Peixes[1];
VÊNUS
a 19 graus e 14 minutos do signo de Áries;
MARTE
a 10 graus e 28 minutos do signo de Câncer;
JÚPITER
a 12 graus e 50 minutos do signo de Libra[2];
SATURNO
a 23 graus e 42 minutos do signo de Aquário;
URANO
a 21 graus e 09 minutos do signo de Capricórnio;
Como
operá-los:
Os
pontos sensíveis;
Seus
símbolos;
Sol
Lua
Mercúrio
Marte
Júpiter
Saturno
Netuno
Plutão
Ascendente
Meio-do-Céu
Quíron
Os
aspectos: sua natureza e seus símbolos;
Conjunção;
Oposição;
Quadratura;
Trígono;
Sextil
(ou sextilha);
As
órbitas;
O
significado dos elementos transitantes e transitados;
A
relação dos trânsitos com a carta natal:
aspectos e casas;
Exercícios.
Sumário
1. Abordagem científica;
2. O que é Astrologia;
3. As ramificações do conhecimento
astrológico;
4. A melhor maneira de aprender
astrologia;
5. As técnicas de previsão
astrológica;
6. Os trânsitos;
6.1. O que são;
6.2. O que se pode prever com eles;
6.2.1. Ênfase temática;
6.2.2. Trânsitos como 1 dos 4 fatores
da equação etiológica;
6.2.2.1. DNA;
6.2.2.2. Aprendizagem:
6.2.2.2.1. Irreversíveis (‘imprinting’);
6.2.2.2.2. Reversíveis;
6.2.2.3. Entorno;
6.3. Como operá-los:
6.3.1. Os pontos sensíveis;
6.3.1.1. Seus símbolos;
6.3.1.1.1. Sol
6.3.1.1.2. Lua
6.3.1.1.3. Mercúrio
6.3.1.1.4. Marte
6.3.1.1.5. Júpiter
6.3.1.1.6. Saturno
6.3.1.1.7. Netuno
6.3.1.1.8. Plutão
6.3.1.1.9. Ascendente
6.3.1.1.10.
Meio-do-Céu
6.3.1.1.11.
Quíron
6.3.2. Os aspectos: sua natureza e seus símbolos;
6.3.2.1. Conjunção;
6.3.2.2. Oposição;
6.3.2.3. Quadratura;
6.3.2.4. Trígono;
6.3.2.5. Sextil (ou sextilha);
6.3.3. As órbitas;
6.3.4. O significado dos elementos
transitantes e transitados;
6.4. A relação dos trânsitos com a
carta natal: aspectos e casas;
6.5. Exercícios.