quarta-feira, abril 26, 2006

PSICANÁLISE E FARMÁCIA

A Psicanálise, no futuro, será substituída por medicamentos? Se o for, certamente serão também as escolas. Pois ambas, tanto as escolas quanto a Psicanálise, lidam com INFORMAÇÃO. Entraremos, um dia, em uma farmácia e pediremos pílulas que nos ensinem a falar francês e outras que nos livrem de nossas especiais fobias? Em tal caso, iríamos assim nos dirigir assim aos farmacêuticos: "Por favor, o senhor tem um curso de Direito em pílulas? Quanto custa? E o de Engenharia? E o curso que ensina a não ter alergia a sogras? É mais caro?" Fantástico, não? Infelizmente, por enquanto, os medicamentos só podem REDUZIR O NÍVEL com que nos assomam certas emoções, INDEPENDENTEMENTE DO ESTÍMULO QUE AS DESENCADEIA. Não são capazes, por exemplo, de reduzir meu nível de angústia frente a CAMISAS VERMELHAS, a cor, por "coincidência", da camisa da pessoa que me estuprou. Por outro lado, são perfeitamente capazes de REDUZIR SIGNIFICATIVAMENTE MINHA ANSIEDADE frente a QUALQUER ESTÍMULO, inclusive o de estar sendo estuprado por alguém com camisa verde!
A Psicanálise lida com a adequação ou não dos DESENCADEANTES de determinadas reações emocionais; os medicamentos, com essas reações emocionais DE PER SI, independentemente do que as desencadeia.
Será mesmo que os medicamentos chegarão ao ponto de cumprir a função que hoje a Psicanálise se propõe a cumprir? Quem viver, verá.

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