segunda-feira, março 07, 2016


MANUAL DE PREVISÃO ASTROLÓGICA
CESAR EBRAICO
OBJETIVO DO MANUAL
Impossível tirar proveito do que a Astrologia – um conjunto milenar de hipóteses empíricas sobre determinadas relações entre fenômenos terrestres e extraterrestres – sem ter uma maneira científica de testar a validade dessas hipóteses, aplicando-as, errando, acertando e circunscrevendo em que, de fato, elas podem contribuir e em que é fantasioso esperar que elas contribuam.  Se você for levado a ler este pequeno livro até o fim e aplicar o que ele ensina, você será capaz de fazer isso, testando você mesmo a validade das hipóteses que são apresentadas aqui.    
CIÊNCIA
Para evitar mal-entendidos quanto ao que me refiro ao chamar de “científica” a maneira de se testar uma hipótese, cumpre esclarecer o que está sendo entendido aqui como “ciência”.
Ciência como processo
Conhecimento científico tem dois contextos:
Contexto de descoberta:
O contexto de descoberta não tem regras.  Arquimedes saiu seminu por Atenas gritando “eureka” (achei), depois que entrou em uma banheira cheia d’água e notou que o nível de água subira, concluindo que o volume de água que provocara essa subida deveria ser igual ao volume da parte de seu corpo que ele havia mergulhado na banheira;  .Kekulé sonhou com a fórmula do benzeno, que tanto procurava;  dizem que Newton foi levado a sua teoria gravitacional, que afirma que quaisquer duas partículas do universo se atraem gravitacionalmente por meio de uma força que é diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa porque, descansando sob uma árvore, uma maçã caiu-lhe na cabeça...  A produção de relevantes descobertas científicas provocadas por eventos casuais – algo que, em inglês, tem o nome de “serendipity” – é extremamente relevante e não tem o menor cabimento estabelecer regras que pretendam impugnar sua legitimidade.
Contexto de validação:
Uma vez proposta uma hipótese, para ela chegar ao status de ser considerada cientificamente válida, ela tem que apresentar
1) Coerência formal, nas ciências meramente formais, como a matemática.  Estabelecem regras arbitrárias de coerência e estar “certo” é obedecê-las.  As regras de coerência da geometria euclidiana, são, por exemplo, diferentes das regras de coerência das propostas por Bernhard Riemann e o que está “certo” para uma pode estar “errado” para outra, sem que seja necessário obter nenhum dado empírico para validar tais adjetivações;
2)  Coerência formal e empírica, nas ciências factuais, como a Física, a Biologia, a Psicologia etc..  Aqui, não basta que se afirme algo, como os termos da lei gravitacional de Newton, é necessário verificar se as previsões por essa lei produzidas correspondam – coerência empírica – com os dados obtidos na realidade;
3)  “Revisão pelos pares” (“peer review”).  Uma vez produzida uma hipótese – tenha sido ela obtida por ‘serendipity’ ou não – ela deve ser vazada em linguagem suficientemente clara para ser entendida por todos aqueles capazes de verificar o quanto tal hipótese é ou não sustentada ou não pelos fatos obtidos por eles (os “pares”);
Ciência como produto
1)  A afirmação de que a Terra gira em torno do Sol deve ser considerada “científica”? 
Depende, porque o que leva uma afirmação a merecer o epíteto de “científica” não é sua verdade, é o tipo de processo em que ela se fundamenta ou pretende se fundamentar.  Portanto, o heliocentrismo é científico na boca de Galileu e não o era na boca dos sacerdotes egípcios adoradores do Sol.
Ciência teórica e ciência empírica
Organizemos o que foi visto até agora em uma classificação das ciências:
1)  Ciências formais.  Ex.:  matemática;
2)  Ciências factuais:
2.1.  Teóricas:  aquelas cujas previsões são dedutíveis de leis gerais, supostamente impossíveis de ser infringidas.  Ex.:  Física;
2.2.  Empíricas:  aquelas cujas previsões se assentam sobre um acumulo de experiência que nos leva a esperar o preenchimento de determinadas previsões, que nem sempre ocorre.  Ex.  Astrologia.
ASTROLOGIA
Frente ao que vimos até aqui, deve ter ficado mais possível de entender minha afirmação de que a Astrologia será encarada aqui como uma ciência factual empírica que estuda determinadas relações entre fenômenos terrestres e extraterrestres.  Para melhor entender que determinadas relações são essas, cumpre classificar os vários ramos do conhecimento astrológico. 
Das ramificações e sub-ramificações da ciência astrológica neste livro só abordaremos o item 3.3.3.  Não vejo melhor maneira de se iniciar de maneira eficaz, passível de ‘peer review’ do que estudando o que se aborda nesse item, seja, os trânsitos astrológicos.  A classificação que ofereço abaixo só serve para que o leitor possa situar o item que vai ser nosso único e específico objeto de estudo dentro do enorme leque de assuntos que nos oferece o estudo astrológico.
Os ramos da ciência astrológica
1)  Astrologia Mundial:  prediz eventos gerais, relativos ao homem e à natureza, esperados ocorrer em um período determinado.  Previ, com um mês de antecedência, a ocorrência de “revoltas sangrentas de populações oprimidas contra os governos que as oprimem”:  na data aprazada, a “primavera árabe” iniciou-se na Tunísia (naturalmente, só previ o “santo”, não o “terreiro” em que ele ia baixar).  Previ, com antecedência similar a ocorrência de abalos sísmicos de grande magnitude:  na data aprazada, ocorreu o tsunami no Japão e a explosão de um vulcão, há séculos adormecido, na Islândia (mais uma vez, só o santo, não os terreiros). 
2)  Astrologia de eventos:  André Barbault é a maior autoridade conhecida em Astrologia Mundial.  Em dezembro de 1985, num Congresso Internacional de Astrologia realizado no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, ao responder a uma pergunta sobre se ele teria alguma previsão relevante para o Brasil, respondeu:  “Bem, em torno de 28 de janeiro do ano próximo, haverá uma profunda alteração nas regras do jogo econômico neste país”.  Exatamente na manhã de 28 de fevereiro de 1986, o presidente Sarney anunciou para o povo brasileiro o lançamento do plano cruzado!  Não consigo deixar de ficar estarrecido, tentando entender como esse cara previu isso, com tal exatidão!  A propósito, as centenas de pessoas que estavam assistindo aquela conferência, podem testemunhar quanto a isso...
3)  Astrologia pessoal:
3.1)  Natividade.  É o chamado “mapa astrológico”.  Ele indica temas que ocuparão posição privilegiada na vida de uma pessoa, independentemente de como serão administrados, o que depende de outros fatores, como a constituição (patrimônio genético + aprendizagens irreversíveis, o chamado “imprinting”), a aprendizagem (reversível) e o entorno do sujeito a que corresponde tal mapa;
3.2)  Interações.  São técnicas que permitem que se construam hipóteses sobre como duas pessoas tenderão a se relacionar.  Recentemente, após haver entrevistado um rapaz de 19 anos, pensei “o mapa do pai desse menino deve ter o planeta Saturno fazendo um ângulo de 180 graus com o Sol do filho”.  Fui verificar:  bingo!  São duas as principais técnicas para que se façam esse tipo de previsão.  Não vou estender-me sobre elas, pois ficam totalmente fora do escopo deste manual, mas não custa nomeá-las.  São:
3.2.1)  As sinastrias;
3.2.2)  O mapa composto;
3.3)  Eventos pessoais.  Há técnicas que permitem que se construam hipóteses sobre o tipo de temática que ficará ativada, durante um determinado período, na vida de um sujeito cujo mapa nativo possuímos.  Vou nomear as principais, mas só a técnica dos trânsitos será abordada neste manual, já que é a que permite com maior precisão determinarmos se acertamos ou erramos nossas previsões.
3.3.1.  Progressões;
3.3.2.  Revoluções;
3.3.3.  Trânsitos;
3.3.4.  Outros (menos relevantes)
3.3.3).  Trânsitos.  Prediz períodos específicos, em que determinadas temáticas ficarão exacerbadas na vida do nativo (chamarei assim o sujeito cujo mapa eu possuo) e, mais do que isso, quando, dentro desse período, espera-se ocorrer o clímax dessa exacerbação.  Já obtive “luvas” correspondentes, hoje em dia, a, imagino, uns cem mil reais (40 mil, em 2004), por, contra meus próprios desejos, apenas refreado por indicações astrológicas, ter retardado, durante dois meses, minha saída de um prédio comercial, onde eu perdia uns 10 mil reais por mês (5 mil, à época) e, note-se, ficando uma pilha de nervos por estar-me dispondo a fazer isso.  De outra feita, uma amiga ia sair de um apartamento que ela adorava porque não conseguia resolver uma infiltração interminável e infernizante.  Olhei seu mapa e disse:  “Essa infiltração deve cessar daqui a dois meses.  Eu não sairia antes disso”.  Ela não saiu.  A infiltração cessou na data aprazada.  Mas, alerta!  Os trânsitos nos permitem prever com relativa precisão o “santo”, não o terreiro que ele vai baixar.  Fiz, certa feita, um erro grosseiro – graças aos céus sem nenhuma conseqüência indesejável – esperando que um determinado “santo” baixasse na dimensão psíquica de um paciente, quando, no fiz das contas, foi na dimensão física que ele baixou.  Nesse tipo de esparrela, hoje em dia, não caio mais.
Os trânsitos:  a melhor maneira de aprender Astrologia
Indiscutivelmente, a melhor maneira se aprender Astrologia é fazer previsões, acertar, errar, investigar melhor quando se errou etc.  Já que, como dissemos anteriormente, a técnica dos trânsitos é a que permite determinarmos com maior precisão se acertamos ou erramos nossas previsões, esse manual vai dedicar-se exclusivamente a ela.  Se o leitor resolver aplicá-la, seus erros vão levá-lo a procurar por si mesmo explicações nos conhecimentos existentes nos outros ramos da Astrologia, enquanto irá tirando proveito das diversas vezes que acertou.
O os pontos sensíveis:
Os dados do mapa astrológico de um sujeito se espalham sobre os 360 graus de um circulo.  Vamos escolher um mapa astrológico como modelo para esse nosso estudo.  Vou reproduzi-lo.  Continuamos na página seguinte:

Mapa Gratuito 63%
Como se vê, acima, dos 360 de um círculo, no caso da Astrologia, chamado de Círculo Zodiacal, existe a preocupação de se indicar – vide tabela no canto superior esquerdo da figura – o grau e o minuto (vou desconsiderar os segundos, arredondando o valor final) em que estão situados alguns pontos sensíveis, juntamente com os símbolos gráficos empregados para representá-los.  Teremos, então:
SOL a 14 graus e 28 minutos do signo de Peixes;
LUA a 27 graus e 02 minutos do signo de Câncer;
MERCÚRIO a 22 graus e 16 minutos do signo de Peixes[1];
VÊNUS a 19 graus e 14 minutos do signo de Áries;
MARTE a 10 graus e 28 minutos do signo de Câncer;
JÚPITER a 12 graus e 50 minutos do signo de Libra[2];
SATURNO a 23 graus e 42 minutos do signo de Aquário;
URANO a 21 graus e 09 minutos do signo de Capricórnio;



Como operá-los:
Os pontos sensíveis;
Seus símbolos;
Sol
Lua
Mercúrio
Marte
Júpiter
Saturno
Netuno
Plutão
Ascendente
Meio-do-Céu
Quíron
Os aspectos:  sua natureza e seus símbolos;
Conjunção;
Oposição;
Quadratura;
Trígono;
Sextil (ou sextilha);
As órbitas;
O significado dos elementos transitantes e transitados;
A relação dos trânsitos com a carta natal:  aspectos e casas;
Exercícios.




Sumário
1.       Abordagem científica;
2.       O que é Astrologia;
3.       As ramificações do conhecimento astrológico;
4.       A melhor maneira de aprender astrologia;
5.       As técnicas de previsão astrológica;
6.       Os trânsitos;
6.1.     O que são;
6.2.     O que se pode prever com eles;
6.2.1.  Ênfase temática;
6.2.2.  Trânsitos como 1 dos 4 fatores da equação etiológica;
6.2.2.1.  DNA;
6.2.2.2.  Aprendizagem:
6.2.2.2.1.  Irreversíveis (‘imprinting’);
6.2.2.2.2.  Reversíveis;
6.2.2.3.  Entorno;
6.3.     Como operá-los:
6.3.1.  Os pontos sensíveis;
6.3.1.1.  Seus símbolos;
6.3.1.1.1.  Sol
6.3.1.1.2.  Lua
6.3.1.1.3.  Mercúrio
6.3.1.1.4.  Marte
6.3.1.1.5.  Júpiter
6.3.1.1.6.  Saturno
6.3.1.1.7.  Netuno
6.3.1.1.8.  Plutão
6.3.1.1.9.  Ascendente
6.3.1.1.10.                  Meio-do-Céu
6.3.1.1.11.                  Quíron
6.3.2.  Os aspectos:  sua natureza e seus símbolos;
6.3.2.1.  Conjunção;
6.3.2.2.  Oposição;
6.3.2.3.  Quadratura;
6.3.2.4.  Trígono;
6.3.2.5.  Sextil (ou sextilha);
6.3.3.  As órbitas;
6.3.4.  O significado dos elementos transitantes e transitados;
6.4.     A relação dos trânsitos com a carta natal:  aspectos e casas;
6.5.     Exercícios.



[1]  O planeta estava retrógrado no momento do nascimento do nativo, mas isso, por enquanto, não nos interessa.
[2]  Também retrógrado.

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